“O HÉTERO”

Temporada:
12 a 28 de Agosto

Horários:
Segunda, Terça e Quarta-Feira – 19h

Local:
Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Cinelândia – Centro
Tel.: (21) 2240-4879

Ingressos: R$ 40 (Inteira) / R$ 20 (Meia-entrada)

Duração: 60 minutos

Classificação: 16 anos

Gênero: Tragicomédia

 

FICHA TÉCNICA:

Texto e atuação: Zé Wendell
Direção: Alice Steinbruck
Direção de Produção: Zé Wendell
Produção Executiva: Andrea Menezes
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Figurino: Ticiana Passos
Cenário: Mina Quental
Visagismo: Márcio Mello
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Programação Visual: André Senna
Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria – Gisele Machado & Bruno Morais



O HÉTERO

 “O HÉTERO” REESTREIA NO TEATRO DULCINA

Escrito e interpretado por Zé Wendell, o espetáculo trata com humor, ironia e pitadas de autobiografia a saga de um artista brasileiro em busca de autoconhecimento e autoaceitação.

Após temporada de sucesso no Leblon, o monólogo performático “O HÉTERO” faz curta temporada no Centro. Entre 12 e 28 de agosto será a vez do Teatro Dulcina apresentar o espetáculo que debate o papel do artista brasileiro na sociedade, sua absorção pelo mercado profissional e a influência da indústria televisiva na formação e naturalização de arquétipos. O primeiro texto solo de Zé Wendell, que também protagoniza a história sob direção de Alice Steinbruck, é um monólogo autorreferente que conta com humor a história de Fulano de Tal, um artista nordestino sonhador que sai pelo mundo em busca de espaço profissional numa jornada de autoconhecimento e autoaceitação. Para isso carrega, além de seus questionamentos e observações, uma potente bagagem cultural, que vai da pluralidade da cultura popular brasileira às influências midiáticas da televisão com suas telenovelas e programas de auditório.

“A necessidade de sobrevivência me levou a escrever este texto para resistir ao mal e existir como artista. Estava numa fase de inquietação interna, com poucos trabalhos e uma necessidade pungente de criar. Nosso país inserido numa tensão política como nunca vi antes, com um discurso deturpado sobre o papel do artista na sociedade. Não queria contar com a sorte ou esperar por convites e quis dar conta do meu papel de ator de forma mais autônoma. Me joguei de cabeça”, afirma Zé, que é integrante da Cia. Omondé há 10 anos. “Eu precisava falar do mundo sob vários aspectos: o mundo do artista, do nordestino imigrante, do LGBTI açoitado diariamente no país que mais mata esta população. Por isso resolvi falar do meu quintal e botei a minha verdade pra jogo”, relata.

A parceria com Alice na direção vem dos tempos em que eram colegas na UNI-RIO, onde se formaram há 14 anos em Artes Cênicas. “O Zé se formou em interpretação e eu em direção e, para este trabalho, criamos uma partitura surrealista para contar de maneira virtuosa esta saga. Por termos algumas experiências reais misturadas com fantasia, fizemos um trabalho delicado, que demandou muita conversa e uma profunda reflexão sobre o que ele, como autor, havia escrito”, revela a diretora. “Para um monólogo com vários personagens ter um ritmo adequado é preciso desapego e humildade na abordagem das narrativas, do tempo e do material humano que você tem. O Zé teve uma escuta fenomenal e se abriu para a abordagem quase psicanalítica que eu usei para desvelar este texto no corpo dele. Com muito rigor técnico nas seis horas diárias de ensaios, conversas profundas, repetições sem trégua e nenhuma procrastinação chegamos ao resultado que poderá ser conferido no palco”, celebra.

Para viabilizar a montagem, Zé realiza parceria com uma equipe de profissionais renomados e entrou num financiamento coletivo, que segue recebendo investimentos. “Em alguns momentos, o texto alude à literatura de cordel e, paralelamente, se vale da linguagem pop e de uma pequena dose de existencialismo filosófico. A peça não é apenas para entreter. Construímos um monólogo performático cheio de representatividade e com um dedo na ferida que convida à reflexão, pois discutimos a questão das minorias abordando estigmas e sendo um espelho da nossa sociedade atual. Falar sobre identidade e preconceito hoje é um ato político, uma quebra de tabu. Falo do direito de poder exercer minhas convicções, minha fala, meu timbre de voz, meu corpo”, desabafa Zé Wendell.

“Infelizmente estamos retrocedendo no tempo e precisamos combater esse tipo de ideologia, que se diz não ideológica. Senti e ainda sinto isso na pele, mas chega de opressão! Acredito que as influências externas nos definem e muito, afinal, somos frutos do meio. Porque podem nos dizer como devemos ser? Que autoridade e que legitimidade possuem para condenar o outro ao inferno de suas próprias convicções? Enquanto  isso não for compreendido, estaremos fadados ao fracasso social. Obviamente nossas instituições contribuem para isso – a religião, a política, a família e até a educação das escolas estão contaminadas dessa mentira. É lamentável e cruel. Mas é real. Decidi encarar, botei minha verdade para jogo. Acredito que precisamos criar e produzir, pois é a única forma de fomentar e fortalecer nossa própria carreira. Então ou você cria, ou você morre. E eu decidi viver”, encerra o a(u)tor.

SINOPSE:

O monólogo conta com muito humor a história de Fulano de Tal, nordestino, artista e sonhador. Um homem comum que sai pelo mundo numa jornada de autoconhecimento e aceitação de si mesmo, trazendo consigo a pluralidade da cultura popular brasileira e flertando com a cultura do repente, do cordel e das influências midiáticas da televisão na década de 90, chegando até os dias de hoje.