Mariana Nunes

TODAS ELAS JUNTAS NUM SÓ SER: MARIANA NUNES EM CENA

No ar na série “Carcereiros” e gravando “Segunda Chamada”, ambas na  TV Globo, a atriz  tem  sete estreias  no cinema  

Mariana Nunes é o tipo de profissional inquieta. A atriz está no ar até Julho na segunda temporada da série “Carcereiros”, na TV Globo, e já se prepara para novos desafios profissionais.“Nesta temporada a Janaína está grávida, realizando, assim, um sonho. Ela está muito mais tranquila, segura e conectada com seu próprio desejo”, pondera a atriz, que já se descolou da personagem para dar vida a outras. Na própria emissora, ela está gravando “Segunda Chamada”, série com direção de Joana Gerbase e estreia prevista ainda para este ano. Nela, interpreta a personagem Gislaine, uma aluna do EJA que trabalha como prostituta para sustentar o filho e a mãe e sonha em ser médica.

Aos 38 anos de idade, a brasiliense já acumula no currículo 14 longas-metragens – sendo três deles internacionais: “Zama” (Argentina), “Pelé, The Birth of the legend” (EUA) e “São Jorge” (Portugal). Até 2020, será vista em mais sete filmes – dois deles com estreia para este ano. “Em ‘O Prisioneiro da Liberdade’, faço Claudina Fortunata Sampaio, esposa de Luiz Gama e, em ‘Alemão 2’, reencontro a Mariana, personagem já presente no filme que o antecede” comemora a atriz, que tem 24 anos de carreira. Somam-se a estes as estreias de “Divino Amor”, “Pureza”, “Um dia qualquer”, “A morte habita a noite” e ‘M8 – Quando a morte socorre a vida’, onde vive Cida, mãe solo de um aluno cotista de medicina.

Presente em produções de peso, Mariana não atribui apenas a isso a expressão‘viver da arte’.“Para mim, viver da arte é apostar na intuição, no sonho e no desejo de se comunicar com as pessoas através do próprio trabalho. É sempre uma aposta”, entrega a atriz, que conhece de perto as incertezas da profissão. “Sou uma pessoa normal, que tem momentos bons e momentos ruins ao longo da vida, como qualquer outra pessoa. Eu gosto muito do que faço e acredito muito no potencial do meu trabalho, que propõe novos pontos de vista sobre a realidade”, pontua.

Ao longo de sua trajetória, Mariana já conquistou cinco prêmios em festivais de cinema: no Festival do Recife (2009) e no III Anápolis Festival de Cinema (2013), faturou o prêmio de Atriz Coadjuvante em “O Homem Mau Dorme Bem”;  no Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (2012), levou o de Melhor Atriz por “Febre do Rato”; e pelo filme “Blaxploitation: A Rainha Negra”,  foi premiada Melhor Atriz no Festival de Audiovisual de Belém (2014) e na14ª Mostra ABD Cine Goiás – 18º FICA (2016).

Consciente das suas escolhas, ela avalia o funcionamento do mercado de trabalho. “Quando o ator não é o propositor de um projeto, dificilmente terá a chance de escolher seu papel. No geral, somos convidados para fazer um personagem ou chamados para fazer um teste. Quando descubro algum projeto que me interessa, geralmente peço pra conhecer o roteiro ou fazer teste – o que nem sempre dá certo”, admite, mas sem se render. “Nessa carreira, a gente aprende a lidar com muitos nãos e, muitas das vezes, não é porque você não foi bom o suficiente e sim porque, de alguma forma, você não cabe naquele trabalho ou aquele trabalho não cabe em você. Logo, é natural também negar trabalhos que são oferecidos, e isso não é pessoal”, reflete.

Enquanto transita entre tantas personagens, a atriz ainda cuida da sua própria persona. “Tenho tentado entender mais como eu mesma me vejo e menos como as pessoas me veem. Aceitar que não consigo agradar a todos, reconhecer e assumir meus equívocos e pedir desculpas tem sido aprendizados bem importantes”, analisa a atriz. “Quando saí de Brasília, meu desejo era viver do meu trabalho e ter a chance de fazer cada vez mais personagens diferentes de mim e diferentes entre si. As coisas nunca são exatamente como a gente imagina e a gente nunca é tão diferente assim dos nossos próprios personagens. Mesmo assim, sinto que ainda tenho muito para desbravar”, encerra.