SERVIÇO:

Temporada:
05 a 28 de julho

Horários:
Sexta-feira e Sábado às 19h / Domingo às 18h

Local:
Teatro Rogério Cardoso / Porão do Laura Alvim
Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema
Tel.: (21) 2332-2015

Ingressos:
R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia-entrada)

Duração: 70 minutos

Classificação: 12 anos

 

FICHA TÉCNICA:

Texto e Atuação: Carine Klimeck
Direção: Thaís Loureiro
Direção de Produção: Damiana Inês
Cenografia: André Sanches
Cenógrafa Assistente: Débora Cancio
Iluminação: Fernanda Mantovani
Figurino: Patricia Muniz
Assistência de Direção: Eder Martins
Assistência de Produção: Renata Frignani
Assistência de Figurino: Letícia Langer
Registro Fotográfico: Gabriela Furlan e Bernardo Martins
Identidade Visual: Guilherme Moura
Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria – Gisele Machado & Bruno Morais
Produção Executiva: Mariana Pantaleão
Produção: Bloco Pi Produções
Realização: Grupo Assik



GIZ 9

“GIZ 9” ESTREIA NA CASA DE CULTURA LAURA ALVIM

Alinhavando questões referentes à educação e à sociedade do controle, solo de Carine Klimeck se passa no futuro apresentando temas atemporais.

A partir de 05 de Julho e até o dia 28 do mesmo mês, o Teatro Rogério Cardoso / Porão do Laura Alvim recebe “GIZ 9”, solo escrito e interpretado por Carine Klimeck. Ambientado numa sala de aula em 2064, o texto dirigido por Thaís Loureiro e encenado no espaço da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa/FUNARJ acompanha um dia na vida de Zuleika, professora primária de uma escola de estrutura evidentemente precária. Tal como os padrões de beleza, o racismo estrutural e o patriarcado, dentre outros sistemas, a escola é um cenário perfeito para se falar das prisões – às vezes intangíveis – das quais somos reféns ao longo da vida.

“Embora se passe no futuro, o espetáculo é atual, justamente por ser uma crítica ao lugar onde o conservadorismo pode nos levar. Se nos mantivermos no mesmo ponto daqui a 45 anos haverá um retrocesso, porque em nada teremos avançado. É essa a intenção do texto: levar-nos a questionar a urgência no desenvolvimento desse tema. A experiência de lecionar me motivou, mas não num nível racional. A peça não é apenas sobre educação, mas é sobre uma mulher, professora, oprimida, vigiada, que vive sob constante ameaça de vida por simplesmente transmitir algum conhecimento e, em vão, buscar incitar questionamentos mais profundos em seus alunos”, instiga Carine, que escreveu o texto ao longo de 10 anos.

Os rumos que o país foi tomando uma indignação latente desde que começou a desenvolver o texto também pautaram sua escrita. “A realidade dura da sala de aula em nada se alterou de dez anos pra cá – quiçá se agravou. A peça surgiu numa esquete; depois, numa oficina de escrita dramatúrgica, voltei a esta história, questionando o tipo de conteúdo que as escolas enfatizam ao educar seres ainda tão ingênuos. Por fim, minha experiência com a gravidez e a maternidade foi também um estopim positivo”, relembra Carine que, na criação do texto, teve a influência do feminismo presente no livro “Calibã e as bruxas”, de Silvia Federicci, que aborda o surgimento do capitalismo e o genocídio ininterrupto praticado contra as mulheres durante séculos.

Classificado como tragicomédia, o texto aponta para dentro, desafiando o público a reconhecer – em meio às risadas – seus próprios muros. “Trabalho com humor há muitos anos, e sempre acreditei que o cômico também tem que estar no lugar da denúncia, da coragem. Não é fácil fazer rir do que se teme, do que nos constrange ou até nos amedronta. No meu ponto de vista, isto é uma contribuição social sem tamanho”, ressalta Carine.

Na direção, Thaís optou por sugerir referências a teóricos como Michel Foucault apenas no modo de conduzir a cena. “A chegada da personagem, a atmosfera, os espaços, toda essa criação quase intangível da direção é justamente o canal que pretende transmutar ideias em sensações. Acreditamos que o teatro pode e deve se comunicar nos níveis mais sutis da consciência humana. O intelecto divide e separa, o subconsciente reúne, sintetiza, traduz. Uma obra política como esta poderia correr o risco de se tornar um teatro panfletário, seco, intelectualóide, e isso é tudo que não queremos. Ao contrário: queremos movimento e provocações”, finaliza a diretora.